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domingo, 17 de maio de 2009

Teixeirinha – Coração de Luto

Compositor: Victor Mateus Teixeira

Álbum: O Gaúcho Coração do Rio Grande

Ano: 1960



Coração de Luto


O maior golpe do mundo

Que eu tive na minha vida

Foi quando com nove anos

Perdi minha mãe querida

Morreu queimada no fogo

Morte triste, dolorida

Que fez a minha mãezinha

Dar o adeus da despedida


Vinha vindo da escola

Quando de longe avistei

O rancho que nós morava

Cheio de gente encontrei

Antes que alguém me dissesse

Eu logo imaginei

Que o caso era de morte

Da mãezinha que eu amei


Seguiu num carro de boi

Aquele preto caixão

Ao lado eu ia chorando

A triste separação

Ao chegar no campo santo

Foi maior a exclamação

Taparam com terra fria

Minha mãe do coração


Dali eu saí chorando

Por mãos de estranhos levado

Mas não levou nem dois meses

No mundo fui atirado

Com a morte da minha mãe

Fiquei desorientado

Com nove anos apenas

Por este mundo jogado


Passei fome, passei frio

Por este mundo perdido

Quando mamãe era viva

Me disse: -Filho querido

Pra não roubar, não matar

Não ferir, sem ser ferido

Descanse em paz, minha mãe

Eu cumprirei seu pedido


O que me resta na mente

Minha mãezinha é teu vulto

Recebas uma oração

Deste filho que é teu fruto

Que dentro do peito traz

O seu sentimento oculto

Desde nove anos tenho

O meu coração de luto.

Desde nove anos tenho

O meu coração de luto.

Teixeirinha – Gaúcho no Churrasco

Compositor: Victor Mateus Teixeira

Álbum: O Gaúcho Coração do Rio Grande

Ano: 1960



Gaúcho no Churrasco


Pois um gaúcho quando senta numa mesa

Conta Proeza e toma bebida do frasco

E a gauchada fica tudo arrodeando

E vão passando a prateada no churrasco

E a gauchada fica tudo arrodeando

E vão passando a prateada no churrasco

-Etâ churrasquinho gostoso!


Pois o Rio Grande é rico graças a deus

E os filhos teus não precisam de panela

Pois o Gaúcho faz um fogo de graveto

Põem a carne no espeto e senta o dente na costela

Pois o Gaúcho faz um fogo de graveto

Põem a carne no espeto e senta o dente na costela

-É verdade, churrasco gostoso têm que ser nos pampas!


Daqui a pouco o assador grita de lá

Chega pra cá olha o churrasco vai pra mesa

E o gaúcho vai puxando da prateada

Tudo em baixo de risada e corta a carne com destreza

E o gaúcho vai puxando da prateada

Tudo em baixo de risada e corta a carne com destreza

-Puxa mais pra cá o espeto compadre que eu também vou dar um talho no más!


E o gaiteiro vai puxando uma toada

Lá nas cainhadas onde a boiada se expande

E o gaúcho saboreando um chimarrão

Dando viva a tradição do nosso imenso Rio Grande

E o gaúcho saboreando um chimarrão

Dando viva a tradição do nosso imenso Rio Grande

-É verdade! Terra de Gaúcho forte e terra de china bonita!


E a gauchinha no seu vestido sem luxo

Proseando com o Gaúcho falando de tradição

E o Gaúcho pisca os olhos para o gaiteiro

Dá uma volta no terreiro e segue o baile no galpão

E o Gaúcho pisca os olhos para o gaiteiro

Dá uma volta no terreiro e segue o baile no galpão

-Pode tirar a dama porque eu também vou tirar

vamos empesar porque vai terminar o baile!

Teixeirinha – Cinzeiro Amigo

Composição: Teixeirinha

Álbum: O Gaúcho Coração do Rio Grande

Ano: 1960



Cinzeiro Amigo


Cinzeiro amigo velho pedaço de bronze
Tu guardas cinzas dos cigarreiros que fumei
Cinzeiro amigo não falas não és indiscreto
Me ouves ficas bem quieto

Não contas as vezes que chorei


Este cinzeiro meu amigo que eu te falo
É quem disfarça a minha triste solidão
Juntinho dele é que procuro a esquecer
De quem magôou o meu pobre coração
Cinzeiro amigo em cada ponta de cigarro
Reprisa a história tirada do peito meu
É um romance de tristeza e amargura
Que estou sofrendo por alguém que me esqueceu


Cinzeiro amigo na expressão mais comovida
Meu companheiro das noites que não tem fim
Quando a fumaça nos ares vai se perdendo
Estás sabendo que ela já esqueceu de mim


Talvez um dia ela lembre com saudades
Deste infeliz que lhe amou e abandonaste
E este crime tu vais ler na consciência

Que o meu amor era só teu e tu mataste
Cinzeiro amigo nas horas quem estou mais triste

Os restos de cigarros tu vais acumulando
Ela talvez um dia ela acumule a tristeza
E vai falar neste cinzeiro soluçando.

Ela talvez um dia ela acumule a tristeza
E vai falar neste cinzeiro soluçando.


Teixeirinha – Gaúcho de Passo Fundo

Composição: Teixeirinha

Álbum: O Gaúcho Coração do Rio Grande

Ano: 1960



Gaúcho de Passo Fundo


Me perguntaram se eu sou gaúcho

Está na cara repare o meu jeito

Sou do rio grande lá de passo fundo

Trato todo mundo com muito respeito

Mas se alguém me pisar no pala

Meu revolver fala e o bochincho está feito

Mas se alguém me pisar no pala

Meu revolver fala e o bochincho está feito


Não sou nervoso e nem carrego medo

Eu me criei sem conhecer remédio

Eu meto os peitos em qualquer fandango

Mas quando eu me zango até derrubo o prédio

Eu sou gaúcho e se me agride eu tundo

Sou de passo fundo do planalto médio

Eu sou gaúcho e se me agride eu tundo

Sou de passo fundo do planalto médio

-Terra Boa! Lugar de homem valente e terra de moça bonita!


Me perguntaram qual era razão

Eu ter orgulho e ser passo-fundense

Eu respondi sou da terra do trigo

Tem um povo amigo e quando luta vence

É um pedaço do rio grande amado

Orgulha o estado e o povo riograndense

É um pedaço do rio grande amado

Orgulha o estado e o povo riograndense


Já respondi a pergunta seu moço

Me dá licença vou encilhar o cavalo

Brasil a fora atravessei os estados

Troteando apressado eu vim tirando o talo

Pra ver as prendas mais lindas do mundo

Cheguei em passo fundo no cantar do galo

Pra ver as prendas mais lindas do mundo

Cheguei em passo fundo no cantar do galo


-Vamos dar um viva para o pessoal de Passo Fundo!

-Viva Passo Fundo!!!


Teixeirinha – Tiro de Laço

Compositor: Teixeirinha
Álbum: O Gaúcho Coração do Rio Grande
Ano:1960


Tiro de Laço

Eu esses dias agarrei o meu laço
Me preparei para dançar num fandango
Botei meu traje novo de gaúcho
E montei no baio de espora e mango
Neste rodeio de china bonita
Uma armada grande no laço aprontei
Cerrei no canto uma dúzia de prendas
E a mais bonita que tinha eu lacei
Cerrei no canto uma dúzia de prendas
E a mais bonita que tinha eu lacei
-Sendo bonita não escapa da presilha do me laço

E neste tiro de laço que eu dei
A meia espada eu lacei a morena
Dançou de par a noite toda comigo
No seu ouvido eu chorava sem pena
No fim do baile eu desatei o laço
E ela disse não desate não
Tu me lançasse gaúcho me leva
Pra invernada do teu coração
Tu me lançasse gaúcho me leva
Pra invernada do teu coração
-Vem montar na garupa

Mas os parentes da moça por perto
Ouviam ela pedindo para vir junto
Já me pularam de espada e revolver
E eu já sentia o cheiro de defunto
Botei nas costas a minha linda china
Arranquei do trinta e do meu facão
Dei uns estouros e foi tudo para o mato
E furei a bala o forro do salão
Dei uns estouros e foi tudo para o mato
E furei a bala o forro do salão

Eu trouxe a china para morar comigo
Da invernada para dentro do meu peito
Me faz carinho e enche o chimarrão
Coisa de china linda e de respeito
Pelo cível e pelo religioso
Nos se casemos para vivermos em paz
Agora eu tenho quem me compreende
Guardei o laço e não pialo mais
Agora eu tenho quem me compreende
Guardei o laço e não pialo mais

Teixeirinha – Xote de Soledade

Compositor: Vitor Mateus Teixeira

Álbum: O Gaúcho Coração do Rio Grande

Ano: 1960



Xote de Soledade


Soledade terra de gaúcho forte
Se é preciso enfrenta a morte não liga pra tempo feio
E quando pega num laço de doze braças
Mostra que é de boa raça quando vai para rodeio
Todo momento estou lembrando com saudade
O povo de Soledade quando por lá eu passei
No meu pescoço ainda trago amarrado
Aquele lenço colorado que de presente ganhei


Indiada boa, quando entra num fandango
É Maragato e Chimango partido da maioria
E numa parte o lenço branco é muito usado
E na outra é o colorado e tudo vive em harmonia
Pois Soledade posso dizer com certeza
Os teus campos tem beleza onde a boiada se expande
Eu sempre disse com a maior sinceridade
Que os campos de Soledade é o terreiro do Rio Grande


Pra Soledade eu escrevi com a minha pena
Por lá tem cada morena do rostinho encantador
Pois Soledade deixou minha alma aflita
De tanta moça bonita parece um jardim de flor
São camarada as moças de Soledade
Trata com cordialidade um gaúcho forasteiro
Por lá toquei, cantei moda e fiz barulho
Pois Soledade é o orgulho do meu torrão brasileiro


Soledade é o centro da tradição
Povo de bom coração por lá tudo é alegria
Em cada canto de lá tem um cemitério
É só cair fora do sério dá uma morte por dia
Fiz este xote em homenagem à Soledade
Pra matar minha saudade qualquer hora vou aí
Adeus amigo, adeus gaúcho de coragem
Já rendi minha homenagem, adeus vou me despedir.


domingo, 10 de maio de 2009

Letras Gauchas

Antes de mais nada gostaria de solicitar a todos que visitarem o Site Letras Gaúchas, que não copiem as letras daqui pra colocar em outros sites de letras e cifras, pois isso desestimula meu trabalho para trazer aqui para o Letras Gaúchas novas letras inéditas na web. Agora a copia para uso pessoal é livre.

Inicialmente tinha uma proposta para este site mas modifiquei o projeto. Vou escolher o artista e publicar aqui todas as letras das músicas da sua discografia, dedicando-me a um artista de cada vez para no fim finalizar com uma breve biografia sobre o artista. Dessa forma fiz o trabalho sobre o José Mendes trazendo aqui para o blog as letras de suas 82 musicas e como podem conferir como é fácil navegar por suas letras pois ao final de cada letra a um link que vai direcionar a Biografia com suas respectivas letras e um menu contendo todas as letras do artista.

Pois a partir deste momento o Letras Gaúchas passa a trabalhar em cima das músicas do Teixeirinha e esse é um grande esforço pois sua discografia ultrapassa 50 discos e mais de 500 músicas, mas pretendo até agosto finalizar esse trabalho para dedicar-me posteriormente a outro artista. Mas como sua discografia é grande, cerca de 45 álbuns, vou trabalhar disco por disco e vocês além das letras vão conhecer as capas desses discos. Mais uma vez um inédito trabalho na web.

A facilidade de navegar e explorar as letras aqui no Letras Gaúchas não será encontrado em nenhum outro site ou blog sobre letras, nossa preocupação é com o leitor e com a máxima veracidade das letras que aqui publicamos, pois as letras passam por uma rigorosa digitação e revisão.

Se você leitor possui alguma duvida convidamos a entrar em contato em nosso formulário acima a direita ou pelo e-mail (letrasgauchas@gmail.com) será um prazer atender e esclarecer sua duvida.