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sábado, 29 de agosto de 2009

Teixeirinha - Briga Bonita

Compositor: Teixeirinha
Album:Caricias de Amor
Ano:1970

Briga Bonita

Em Bagé nasceu uma moça
Uma grande sanfoneira
Rainha do desafio
Trovadora brasileira
Mas, quando eu soube da fama
Eu dei um salto da cama
E embarquei para a fronteira

Embarcou para a fronteira
Mas, por questão de um segundo
Eu também tinha embarcado
Pras bandas de Passo Fundo
Pra provocar para uma rinha
O famoso Teixeirinha
Melhor trovador do mundo

Melhor trovador do mundo
É muita bondade sua
Nós dois nos desencontramos
Numa passagem da rua
Mas, hoje na gravadora
Encontrei com a professora
Que não vai ver mais a lua

Que não vai ver mais a lua
Nos encontramos Teixeira
Alô Rio Grande, Bagé
Minha querida fronteira
Escute o que eu digo aqui
Eu não volto mais pra aí
Se eu perder pra esta topeira

Se eu perder pra esta topeira
Proposta boa ela faz
Alô Rio Grande, Passo Fundo
Torrão que eu deixei pra trás
Se eu perder pra essa moça
Queime o rancho quebre a louça
Que eu pra lá não volto mais

Que eu pra lá não volto mais
Então procura o assunto
Agarra as tuas malas e vem
Que eu saio brigando junto
Hoje eu mato a minha sede
Te encosto numa parede
E já fabrico o defunto

E já fabrica o defunto
Quadro, corpo a bala passa
Lhe dou uma surra de beijo
Que é pra peleia ter graça
Boto um prego em cada pé
Depois vou lá em Bagé
Termino com a tua raça

Termina com a minha raça
Eu sou de raça valente
Se tu chegar em Bagé
E matar a minha gente
Eu faço tremer o mundo
Entro lá em Passo Fundo
Não fica um pra semente

Não fica um pra semente
Faço o mesmo na fronteira
Na cidade do Planalto
Passo Fundo tem trincheira
Nunca perdeu uma guerra
Gente lá da minha terra
Não é raça morredeira

Não é raça morredeira
A minha também não é
Deixemos as terras de lado
Passo Fundo e Bagé
Aqui na terra paulista
Onde briga dois artistas
Não nasce um pé de café

Não nasce um pé de café
Nem um pé de amendoim
Terá duas cruzes fincadas
Escrito um letreiro assim
Aqui morreu dois gaúchos
E aonde queimou cartucho
Também não nasce capim

Também não nasce capim
O sangue forma vertente
O letreiro da minha cruz
Tem que ser o mais decente
Tombou uma riograndense
Gauchinha bagiense
Da terra do presidente

Da terra do presidente
Governa o Brasil gigante
Vai chorar o Brasil por nós
Aqui na terra bandeirante
Nas duas cruzes de marfim
Quem vai chorar mais por mim
É o seu Flávio Cavalcante

É o seu Flávio Cavalcante
O Teixeirinha é um pão
Agora eu ressuscitei
E vou te arrancar do fundo
Anunciando o teu enterro
Dentro do meu coração

Dentro do meu coração
Menina da alma pura
Da terra voltei pros braços
Da mais linda criatura
Vai parar nação inteira
Pra ver as duas caveiras
Que voltou da sepultura

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