Pesquisa personalizada

sábado, 8 de agosto de 2009

Gildo de Freitas - Desafio Amigável

Composição: Gildo de Freitas e Formiguinha
Álbum: Rei do Improviso
Ano: 1971

Desafio Amigável

Gildo:
Formiga vamos saudar,
este Rio Grande altaneiro.
Eu vou saudar todas as mães
deste solo brasileiro.
Desejo até que esses versos,
penetrem no mundo inteiro.

Formiga:
Penetrem no mundo inteiro,
tu cantastes muito bem.
Devemos reconhecer,
o valor que uma mãe tem.
Porque amor como de mãe,
não se encontra em mais ninguém

Gildo:
Não se encontra em mais ninguém,
e merece todo respeito.
E um filho pra sua mãe,
sempre é rapaz direito.
Embora seja bandido,
pra ela não tem defeito.

Formiga:
Pra ela não tem defeito,
se um filho for condenado.
Ela sempre pede a Deus,
pra que seja perdoado.
Porque se ela sofrer,
ele é quem sofre dobrado.

Gildo:
Ele é quem sofre dobrado,
e é anjo de muita luz.
E a virgem Santa Maria,
que é a mãe de Jesus.
Muito sofreu a coitada,
por ver seu filho na cruz.

Formiga:
Por ver seu filho na cruz.
Nunca queixou-se a ninguém.
É do princípio do mundo,
que este sentimento vem.
Meus amigos que nos ouvem,
zele a mãe e trate bem.

Gildo:
Zele a mãe e trate bem,
e tenha dó das coitadinhas.
Vós estou dando um conselho,
porque já não tenho a minha.
Há anos Deus a levou,
esta fortuna que eu tinha.

Formiga:
Ai, perdeste tua maezinha.
Eu também perdi aquela,
tão linda estava a velhinha,
no meio de quatro velas.
Eu ainda sinto o calor dos beijos dela.

Gildo:
Eu ainda sinto a doçura,
do calor dos beijos dela.
Pra rezar por sua alma,
seguido eu vou na capela.
E, às vezes, eu pego a sanfona,
e chorando eu canto pra ela.

Formiga:
Chorando eu canto pra ela,
a dor não desaparece.
Jesus estais me ouvindo,
escutais a minha prece.
Deixe a mamãe de lado,
no lugar que ela merece.

Gildo:
No lugar que ela merece,
Deus me dê esta alegria.
Vós levou ao que era seu,
e a mim também pertencia.
Mas permita que no céu,
nós os dois se encontre um dia.

Formiga:
Nós os dois se encontre um dia,
eu te peço pra rainha.
Me diga pra mim em sonho,
minha querida maezinha,
se tens no céu um esposo
que aqui na Terra tu tinha.

Gildo:
Que aqui na Terra tu tinha,
os anjos que digam amém.
Minha mãe tenho certeza,
que o mesmo esposo ela tem.
Foi sincera aqui na Terra e,
será lá no céu também.

Formiga:
E será lá no céu também,
teu verso me comoveu.
Minha mãe era uma jóia,
que nunca desmereceu.
Era linda como as águas,
que Jesus Cristo bebeu.

Gildo:
Que Jesus Cristo bebeu,
e veja bem o que tu faz.
Homem, criança e mulheres,
Pessoa grande e rapaz,
A platéia toda chora,
e eu já não agüento mais.

-Vamos encerrar Formiguinha!

Formiga:
E tu já não agüenta mais,
por isso eu não ignoro.
quem chora tem sentimento e o
sentimento eu adoro.
Tu chora a platéia chora,
e eu cantando também choro.

Gildo e Formiga:
Ai, tu cantando também chora,
mesmo não é brincadeira.
Se nós dois seguir cantando,
choraremos a vida inteira,
e assim, encerremos as trovas,
pra parar com choradeira.

Nenhum comentário: