Compositor: Leovegildo José de Freitas
Álbum: Desafio do Padre e o Trovador
Ano: 1966
História do Manuelito
Eu sou cria de São Borja
Do rico torrão vermelho
Sou Manuelito Rodrigues
Minha vida é um espelho
Fui rico e passei miséria
Sirvo até para dar conselho
Meu pai grande fazendeiro
Eu fiz muita extravagância
Me agradei da boêmia
Pela minha ignorância
Botei o que tinha fora
E abandonei a estância
Casei em família boa
Com uma rica menina
Eu cheguei a acreditar
Na grande força da sina
Até troquei o meu lar
Por farras e jogatinas
Mais tarde peguei a ver
A água no serigote
Fui trabalhar de empregado
Devendo e dando pinote
Para cada santo uma vela
Pra deus devia um pacote
Amigos tive bastantes
Só quando eu tinha dinheiro
Porém depois de pelado
Que cai no desespero
Fiquei assim que nem velho
Que sempre viveu solteiro
Mas ouve alguém que um dia
Chamou o meu pai e contou
Os trabalhos que eu passei
E o velho então me chamou
E assim serenamente
O velho me perguntou
O Manuelito meu filho
O teu viver como se vai
To que nem água de poço
Que e não tiram não sai
Pra me tirar da miséria
Só você mesmo meu pai
E o velho então me respondeu
Menino você me compreenda
Que um homem hoje não pode
Viver de mais poca renda
Agarre juízo e volte
E tome conta da fazenda
Sou Manuelito Rodrigues
Mas hoje eu tenho juízo
Transformei a minha vida
De inferno pra o paraíso
Quero dar lucro ao meu pai
E não dar mais prejuízo
Hoje vivo na fazenda
Ouvindo o berro dos bichos
Jogatina e boemia
Hoje eu considero vicio
Eu quero que o povo diga
O rapaz criou capricho
Lá na fazenda São Roque
O serviço me distraí
Hoje o dinheiro que eu ganho
Em jogatina não vai
Garanto que desta vez
Vou dar prazer para o meu pai
O Manuelito Rodrigues
Fiz estes versos para ti
Também vai o meu abraço
Lá para o itacurubi
E avisa esses Dornelles
Que em breve eu vou por ai
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