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sábado, 8 de agosto de 2009

Gildo de Freitas - Meu Principio

Compositor: Gildo de Freitas
Álbum: Mais Sucessos
Ano: 1980

Meu Principio

Vou contar o meu principio
Não vão pensar que é moleza
Sempre vivi abraçado
Com a miséria da pobreza
Truxe o dom de ser poeta
Para mais tarde ter defeito
Já passei muito trabalho
Vivendo assim que nem galhos
Por conta da correnteza

Meu serviço mais leviano
Foi prender bois em carretas
Machado em corte de lenha
De pá abrindo valeta
Abrindo corte de estrada
No cabo da picareta
Fui homem sacrificado
Que nem braço de alejado
Esfolado da muleta

Cantava só nos domingos
Não era sim como canto
Eu também nem esperava
Que um dia cantasse tanto
Me chamavam de endiabrado
E se eu era não garanto
Pobre, bravo e sem juízo
E os bolsos sempre lisos
Que nem rostinho de santo

E com o baralho na mão
Eu não era muito tenso
Com meu baralho marcado
Descobriu e dava o ranço
Ali começava a briga
Minha vida era um balanço
Fui ligeiro que nem gato
Eu era o tipo do pato
Que às vezes passava por ganso

(declamado)
Depois de quarenta anos
Foi que veio a melhora
Fui gravar, fiquei artista
Vivo mais folgado agora
Tenho carro, tenho casa
Mas descanso poucas horas
Eu sou que nem botão de roupa
Que têm casa mas não mora
Sou que nem cinta em fivela
Que entra por dentro dela
E se vai para o lado de fora

Nesse pedaço de chão
Eu fui muito sacrificado
Eu as vez sinto cansera
Só no lembrar o meu passado
Hoje a vida ta mais frouxa
Que nem palanque em banhado
Pelos filhos eu nem garanto
Porque eu trabalhei tanto
Que eles nasceram cansados
-Háháha, é isso mesmo vamô encerra!

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